Todo vendedor
que trabalha num ponto comercial costuma ouvir, várias vezes por dia, certa promessa.
Digo isso com conhecimento de causa, porque tenho vendido confecções desde a
minha adolescência. A promessa é a seguinte: “Depois eu volto aqui”. Acho que
vou ter que explicar melhor.
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Vou chegar lá.
Antes, todavia, quero contar a breve história de um rapaz que, estando numa
praia com os amigos, resolveu fazer uma brincadeira. Fingiu que estava se
afogando, o que fez com que seus amigos tentassem salvá-lo, desesperados. Ele
pedia socorro e afundava, até que foi resgatado. Depois de salvo, soltou uma
gargalhada e fez gozação das caras de preocupados que seus companheiros fizeram.
Os rapazes ficaram muito chateados, pois com isso não se brinca. Porém, logo
perdoaram o amigo travesso.
No outro dia, lá
estava ele pedindo socorro na água novamente. Só que, desta vez, seus amigos
não quiseram ajudá-lo, pois pensaram que ele estava brincando, como no dia
anterior. O rapaz, infelizmente, se afogou. Ele realmente precisava de ajuda,
mas seus pedidos de socorro não surtiam efeito, pois suas palavras não mais
inspiravam confiança.
É uma história
um tanto extrema, mas serve para exemplificar a importância de ser responsável
no falar. O escritor americano Stephen R. Covey, no seu livro Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes,
diz que a nossa integridade em relação às nossas palavras é, talvez, o fator
mais importante para se alcançar um nível consistente de felicidade. Segundo
ele, as pessoas altamente eficazes são responsáveis com os compromissos que
contraem, e não culpam as circunstâncias, o clima, ou o que quer que seja por
não terem cumprido o que prometeram. Quando
dizem “sim”, isto significa realmente um “sim”; e quando dizem “não”, é “não”. Se
alguém não acredita que haja alguém assim, é que, possivelmente, esta mesma
pessoa não se enquadra nesse padrão.
Talvez,
dizer para o vendedor que vai voltar à loja, e não voltar, não seja algo grave.
Mas isso pode ser um sinal de que, em outras ocasiões, você possa estar
deixando a desejar no que concerne a ser responsável e íntegro com suas
palavras. Um bom remédio é buscar criar o hábito de só prometer aquilo que você
sabe que poderá cumprir. Os vendedores agradecem; sua felicidade também.
E
como é bom lidar, negociar ou conviver com pessoas cujas palavras sejam dignas
de confiança, não é mesmo?! Não são fáceis de encontrar – são raras. No entanto
os diamantes, se não fossem raros, também não seriam tão valiosos.
Publicado no Diário do Sudoeste da Bahia
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