
O problema é quando
insistimos em pensar que as coisas sempre mudarão para pior, principalmente no
que diz respeito a seres humanos. Quantas vezes convivemos com pessoas cujo
histórico de mau comportamento nos faz pensar que nunca vão melhorar? Algumas
são afetadas pelo alcoolismo, outras por uma rebeldia adolescente; outras,
ainda, por uma preguiça patológica. Algumas, até, por uma inabilidade com as
finanças que lhes levam sempre à falência. Nossa tendência natural é procurar
um culpado: elas mesmas – dizemos –, porque são irresponsáveis e sempre jogam
fora as oportunidades. Mas será que não existe nada melhor a fazer do que
simplesmente atribuir-lhes a culpa por seus fracassos?
Houve um homem que perdeu
cinco eleições e duas disputas para cargos políticos. Um perdedor – alguns
diriam. Este mesmo homem faliu duas vezes e teve um colapso nervoso. Finalmente,
depois de muita persistência, chegou a ser presidente dos Estados Unidos.
Podemos perceber, com isso, que as coisas podem mudar para melhor na vida de
alguém, e nós devemos ser os primeiros a acreditar na possibilidade de
recuperação dos outros. Esse homem, Abraham Lincoln, percebeu, em sua vida, as
voltas que o mundo dá, e o quanto algumas pessoas se mostraram importantes em
sua recuperação até a vitória.
O que quero dizer é que
devemos valorizar as pessoas quando ninguém mais lhes dá valor. Sei que não é
uma comparação perfeita, mas eu poderia dizer que as pessoas são semelhantes a
ações de uma empresa. Segundo um dos maiores investidores do mundo, Warren
Buffet, o momento certo de comprar as ações de uma organização é quando ninguém
mais as quer. Assim, você deposita confiança naquela empresa e compra suas
ações, esperançoso de que ela venha a recuperar-se financeiramente. Anos
depois, quando as ações se valorizarem, renderão bastante lucro, mas somente
para quem arriscou dar-lhes valor quando ninguém queira fazê-lo.

Todos nós conhecemos pessoas
que são desprezadas pela sociedade – estão sempre à nossa volta. Talvez elas
precisem de uma palavra de incentivo, uma ajuda ou, quem sabe, apenas de um
abraço. Portanto, aproveite o momento em que você tem condições de ajudar
alguém. O mundo dá voltas, e pode ser que daqui a algum tempo seja você quem
precise de um sorriso e um pouquinho de atenção. E, nessa hora, quem você
ajudou no passado pode estar num lugar mais alto e com o braço estendido para
erguer aquele que um dia lhe valorizou, como ninguém mais o fez.
Texto publicado no Diário do Sudoeste da Bahia
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