
É interessante notar,
ao observar essas pessoas, que pequenas coisas podem se tornar grandes lições.
Certa vez, eu tinha uma enorme tarefa a fazer e não sabia por onde começar. Só
de pensar no quanto teria que me esforçar para realizar aquilo, me dava um
desânimo. Não era algo divertido de se fazer. Levaria tempo. Eu já estava até querendo
desistir antes de começar.
Foi quando fui a uma
pequena fazenda e observei que um homem tinha feito enormes escavações,
sozinho, na tentativa de reter água da chuva em sua roça. Eram valetas enormes
que qualquer pessoa pensaria terem sido feitas por um trator. Mas aquele homem
tinha realizado aquele trabalho hercúleo apenas com ferramentas simples: uma
pá, um cavador e uma alavanca. Também utilizou um carrinho de mão para
transportar a terra para fora daquela cratera que havia criado. Era um trabalho
bem feito e, quando a chuva viesse, possivelmente muita água ficaria retida
ali, para a alegria daquele trabalhador.
Olhei para mim mesmo
e pensei: “Eu tenho uma grande tarefa a fazer, mas não se compara a isto que
estou vendo. Ele deve ter levado muitas semanas trabalhando incansavelmente,
num extremado esforço físico, nesta atividade que, pelo que vejo, não parece
ser das mais prazerosas. Qual será o seu segredo para não desistir antes mesmo
de começar?” É claro que não fiquei apenas pensando, mas, logo perguntei a ele
qual era o segredo.
Dando uma pequena
pausa em seu trabalho, pois continuava a retirar pedras do local, me respondeu
como se fosse algo muito simples – e era. Ele me disse, de maneira muito
natural, que fazia uma parte de cada vez. Procurava não pensar na grandeza da
obra como um todo, mas na parte que lhe cabia fazer em cada dia. Assim, pouco a
pouco, com persistência, depois de um tempo era só olhar para trás e ver que
muito já havia sido feito.
Essa dica me motivou
muito, e a tarefa que eu tinha para realizar foi concluída, semanas depois,
baseada na sabedoria daquele homem simples. Confesso que é muito mais difícil
na prática: a persistência exige uma boa dose de motivação diária. No entanto,
eu não poderia ter obtido um resultado satisfatório a não ser que tivesse dado
ouvidos àquele conselho, e quero levá-lo por toda a vida.
Essa história que
narrei não conta todas as outras experiências que vivi com aquele mesmo homem
da fazenda. Muitas, mas muitas outras lições eu aprendi, e tenho aprendido com
ele, porque ele é uma dessas pessoas cujo caráter nos faz querer ser como elas.
Esse homem é o meu pai. Sou extremamente grato a Deus pela vida dele.
Bons exemplos são
raros hoje em dia, pelo menos é o que temos ouvido as pessoas dizerem. Mas eles
existem. São homens e mulheres imperfeitos que se esforçam para ser o melhor
que puderem para o bem dos outros e por sua própria consciência. Que haja mais
dessas pessoas que nos inspiram a ser melhores! E que bom será se, um dia, eu e
você, leitor, nos tornarmos como aqueles de cujas vidas se possam extrair
lições – como o homem da fazenda.