É muito ruim conviver
com pessoas chatas. Tem gente que é insuportável, não é mesmo? Sempre têm uma
coisa negativa pra dizer, sempre reclamando do clima, da roupa, do ar, da
comida... Pessoas irritantes assim deveriam mudar! Falam mal dos outros pelas
costas, são arrogantes, prepotentes. Eu não suporto pessoas assim, mas acontece
que eu vivo sempre cercado delas! Acho
que me falta entender que a razão disso é que o verdadeiro chato, irritante,
arrogante e prepotente sou eu.
Todo mundo tem o seu
dia para acordar de mau humor. Sabe aquela vez que você teve que comparecer ao
casamento da sua amiga na noite anterior e foi obrigada a ficar até o final da
festa? Ninguém perguntou se você teria que trabalhar no outro dia! Sua amiga insistiu
que você não deveria ir embora até partirem o bolo, só que as horas passam e o
bendito bolo não é servido. Lá para as duas da madrugada, finalmente partem o
bolo, mas a festa não acabou: faltam as fotos! Quando você finalmente consegue
chegar em casa, já são umas quatro da manhã. Então você acorda para ir ao
trabalho com aquele mau humor, que quando alguém te diz “bom dia”, a vontade é
de responder com um “não enche”...
Se você já passou por
isso, não tem problema. Ter um dia ruim de vez em quando é normal. A gente fica
meio insuportável nesses momentos. No entanto, fazer do nosso dia a dia uma
caçada aos defeitos dos outros, buscando insistentemente razões para acreditar
que todos à nossa volta são irritantes, não parece bom. Se todos à minha volta
são chatos, o que me faz acreditar que eu sou a exceção?
Muito frequentemente, a maneira que as pessoas nos tratam é uma resposta à maneira como as tratamos. Contudo, é difícil fazer uma autoanálise acurada para saber se o meu jeito de lidar com o próximo é apropriado. Existem lances num jogo de futebol que só podem ser vistos da arquibancada. Ou seja, existem defeitos em nós que só os outros enxergam. A dica é: se todo mundo te trata mal, algo está errado com você.
Eckhart Tolle,
escritor norte-americano, afirma que “aquilo que nós achamos mais irritante nos
outros é, na verdade, um indicador daquilo que nós achamos (inconscientemente)
mais irritante em nós mesmos”. Logo, se o que mais me irrita nos outros é a
arrogância, provavelmente o indivíduo mais arrogante que conheço é aquele que
eu vejo no espelho todas as manhãs. Difícil admitir isso, não é? Mas o
reconhecimento de um defeito pode ser a primeira etapa de uma mudança para
melhor.
Nem sempre é assim,
mas, não raro, o ambiente em que nós vivemos reflete as nossas atitudes.
Experimente ser alguém mais tolerante e você vai perceber mais tolerância nas
pessoas à sua volta. Isso acontece, também, se você acrescenta o amor, o
perdão, a gentileza... “gentileza gera gentileza”, já dizia o profeta. E quem
sabe esse círculo vicioso, essa roda viva do bem não carregue o mau humor pra
lá...
Seria bem mais fácil
se todo mundo, de repente, mudasse para melhor. Mas, como isso não acontece, só
nos resta mudarmos a nós mesmos. Dá trabalho, mas, também, dá muitas alegrias. E,
com um pouco de paciência, pode se tornar realidade o conselho do Pensador: “muda,
que quando a gente muda o mundo muda com a gente”.
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